Final de ano é sempre um momento especial. Juntamos amigos, parentes e comemoramos as realizações do ano anterior já torcendo para que o seguinte seja ainda mais frutífero.
2017 me mostrou muitas coisas interessantes, entre elas, que o aprendizado é algo que vai muito além da idade e do desejo de conhecer algo novo. O aprendizado é algo que está em plena transformação. Aprendemos o tempo todo e de formas diferentes.
As crianças deste milênio são espetaculares! A velocidade de aprendizado é tão fantástica, que chega a ser surpreendente observar uma delas durante um momento de curiosidade, e a visão de mundo que elas nos oferecem é muito mais ampla e rica do que qualquer outra geração com que tive contato.
Sofia, uma menina de 6 anos com quem tive o prazer de passar a festa de Natal, me ajudou a sentir tudo isso na pele.
Sentada num sofá conversando com um conhecido amigo meu sobre as últimas atividades do ano, comentei sobre o Instituto Capitalismo Consciente Brasil e as atividades que tivemos em 2017. Empolgada, citei as palestras do HSM Expo no segundo semestre, os discursos cada vez mais frequentes das empresas sobre o propósito das marcas, e o convidei a conhecer um pouco mais a fundo o movimento, a partir do próximo evento que teremos em fevereiro.
Entre uma frase e outra, Sofia senta no meio de nós e me pergunta: “O que é Capitalismo Consciente?” Confesso que parei e olhei atentamente para aquela garotinha na minha frente. O que ela poderia querer saber sobre isso? Como prestou atenção especificamente na expressão? Como eu poderia explicar para uma criança de 6 anos algo que os próprios adultos, empresários, nos questionam a todo momento?
Olhei para ela atentamente, cujo pai ficou ao lado esperando ansiosamente pela explicação e fiz meu melhor:
– Sofia, você sabe o que são empresas?
– É o lugar onde meu pai trabalha. Vai um monte de gente trabalhar lá, mas é diferente da escola.
– Sim, isso mesmo. As empresas foram criadas por pessoas como seu pai. E dentro delas existem funcionários como seu pai. E estas empresas vendem seus produtos para pessoas como seu pai. Até aqui tudo bem?
– Tudo.
– Então, empresas que acreditam no Capitalismo Consciente são as empresas que tratam todos da mesma forma. Tratam com a mesma importância o dono, os funcionários, os clientes e, mais do que isso, são empresas que cuidam do meio ambiente e ainda se preocupam com quem não pode comprar seus produtos. Empresas assim são gentis e sabem valorizar pessoas como seu pai. Falamos que elas são empresas conscientes.
– Ah…entendi. Lá na escola, quando a gente faz uma atividade de grupo, a professora escolhe alguém para ser o primeiro da fila, mas essa pessoa tem que olhar se todos os amigos estão na fila, tem que organizar junto com ela os materiais da aula. Tem que ser chefe, mas tem que ser amigo. Tratar todos do mesmo jeito. Se ele não for assim, ele não pode mais ser o primeiro da fila de novo. Isso é Capitalismo Consciente?
– Isso é liderança consciente. Uma parte muito importante do Capitalismo Consciente. Quando temos uma pessoa desse jeito, cuidadosa, acima de nós, que se importa conosco e faz isso também com toda a equipe, ele é chamado de líder consciente. Ele é o líder de uma empresa consciente. Entende?
– Gostei. Vou avisar a professora que eu vou ser uma líder consciente da próxima vez.
E, sorridente, saiu da sala.
Eu olhei pro pai, e ele ainda brincou comigo: “Boa! Queria ver você explicar o que são stakeholders e cultura organizacional!”.
Só pude rir.
Estendi minha taça em direção à dele e fiz um brinde à nova geração: “Que mais líderes conscientes possam surgir!”.
Feliz 2018 a todos! Com muito aprendizado e muitas oportunidades de crescimento!
Abraço,
Daniela Garcia
